MARIA KEIL
retrato generativo


Painel de azulejos ‘O mar’, Maria Keil, 1958-59, Av. Infante Santo, Lisboa


A artista que selecionei para servir de base ao meu projeto foi Maria Keil (Silves, 9 de agosto de 1914 — Lisboa, 10 de junho de 2012), uma artista portuguesa que desempenhou um papel crucial na renovação do azulejo contemporâneo em Portugal. O seu percurso nas artes teve início com as artes gráficas, mas ao longo da sua vida Maria Keil desenvolveu uma vasta e diversificada obra que abarca pintura, desenho, ilustração, azulejo, design gráfico e de mobiliário, tapeçaria, cenografia, entre outros.

Em 1940 concebeu cenários e figurinos para o bailado Lenda das Amendoeiras, apresentado no espetáculo de estreia da Companhia de bailado Verde Gaio e entre 1946 e 1956 participou regularmente nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, SNBA, Lisboa. Realizou ainda exposições individuais em 1945 e em 1955: "trata-se de uma exposição histórica, visto marcar, no âmbito da arte portuguesa, níveis de inovação pioneira nos domínios do mobiliário e, sobretudo, do azulejo". Seguiu-se um longo período em que se dedicou a uma multiplicidade de atividades, para expor de novo individualmente a partir de 1983.

Uma vertente marcante da sua obra, onde mais se distinguiu, e que se revelou a mais influente para o meu trabalho foi o azulejo, trabalho que Maria Keil começou a explorar no início da década de 1950. Da sua vasta produção pode destacar-se o painel de azulejos ‘O mar’, na Avenida Infante Santo, Lisboa, e a extensa colaboração para o Metropolitano de Lisboa. Este trabalho teve o seu início em 1957 e prolongou-se até aproximadamente 1972, com a inauguração das últimas estações dessa primeira fase do metro. Maria Keil foi autora dos painéis de todas as estações iniciais com exceção da Avenida. A partir de 1977 alguns destes painéis foram total ou parcialmente destruídos devido à ampliação de várias estações.


Tal como referi anteriormente, o meu objetivo neste projeto foi criar um retrato generativo da Maria Keil tendo por bases os seus painéis de azulejos, principalmente ‘O mar'. Para isto criei módulos que são colocados lado a lado e com um intervalo entre eles (de modo a representar a aparência dos próprios azulejos) e que se repetem ao longo de toda a imagem. Tal como nas obras de Keil concebi módulos compostos por triângulos retângulos e por triângulos mais alongados. De modo a criar alguma aleatoriedade criei ainda dois sorteio para fazer variar os módulos de alguns níveis de cor, para que o retrato seja diferente a cada vez que o programa corre.



Luana Barbosa
3º ano da licenciatura em Design de Comunicação 
Laboratório de Som e Imagem
FBAUP 2020-21
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